quinta-feira, 19 de maio de 2011

Vibram FiveFingers SPEED

Vibram FiveFingers SPEED

A Vibram, marca conhecida por fabricar solas de elevada qualidade para calçado de montanha, lançou esta gama de sapatilhas que seduz os corredores que pretendem começar a correr descalços, ou com calçado semelhante a descalço.

Para isso construiu uma sola à medida do pé, que se calça como uma luva e dessa forma temos sempre a protecção da sola perante a dureza e rispidez do terreno e por cima um tecido sintético com propriedades elásticas que acompanham o nosso pé durante as caminhadas ou mesmo corridas fornecendo protecção mas sem deixar a sensação de correr desclaço. A marca afirma que desta forma promove a saúde do pé e estimula os músculos dos pés e pernas para um melhor equilibrio, agilidade e força, bem como beneficia a postura e reduz as dores de costas.

Ficamos com muita curiosidade em experimentar este modelo da Vibram, por tudo o que representa, e depois de começarmos o teste experimentando diferentes tipos de pisos, começando pelos mais macios, até aos mais duros, fomos-nos habituando a correr desta forma e depois de adquirir a técnica correcta para correr com este tipo de calçado, quase nos sentíamos cada vez mais fortes. O feedback dado pelo solo é o mais apurado que alguma vez experimentámos em sapatilhas de corrida já que sentimos as pedras, galhos, fendas e mesmo a calçada. A sola serve apenas para nos proteger a pele. As primeiras vezes que os calçamos, podemos ter algum problema, já que o espaço disponível para os dedos é pequeno, mas depois do trabalho de acertar todos os dedos ao seu devido lugar a sensação é a mesma de uma luva – brilhante. Quanto ao seu uso casual, só podemos dizer que é preciso alguma coragem… mas depois da primeira reacção, todos começam a invejar os teus novos FiveFingers.

Como conclusão queremos apenas mancionar que este tipo de calçado é muito bom para aqueles que não necessitam de muito apoio na corrida, e que se tiver problemas de joelhos ou problemas de saúde deve escolher uma sapatilha com mais apoio. Nunca esquecer que para correr utilizando calçado tipo barefoot devem primeiro aprender esta técnica de corrida, a fim de evitar dissabores maiores.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

XPD 2009

59 Equipas, de todos os continentes percorreram vieram a Portugal para decidir o Título de Campeão Mundial de Corridas de Aventura

O Portugal XPD Race foi o organizador da Final Mundial do Adventure Racing World Series (o ARWC2009) – Liga Mundial de Corridas de Aventura. Depois das provas dadas nos dois últimos anos em que a APCA (Associação Portuguesa de Corridas de Aventura) organizou uma das etapas desta Liga Mundial, foi então depositada confiança para a realização deste importante evento desportivo, e onde se apuravam a equipa campeã mundial da disciplina. Para além da experiência que revelava esta organização, contava com os apoios institucionais do Turismo de Portugal – Estoril e da região de Turismo das Aldeias do Xisto, e sob a supervisão da Federação Portuguesa de Orientação. A prova teve lugar do dia 5 a 15 de Novembro.

Esta Liga Mundial conta com provas na Austrália, Equador, Brasil, EUA, França, Suécia entre outros, é actualmente a prova que junta os maiores nomes de atletas e equipas desta especialidade. Para fazerem o acesso à final mundial teriam que pontuar nas provas do calendário e apresentar currículo para poderem alinhar à partida desta dura e espectacular prova de resistência. As equipas são constituídas por quatro atletas e pelo menos um terá que ser uma mulher.

A Portugal chegaram as equipas da elite deste desporto, com vontade de lavarem consigo o título em disputa. Equipas como a Nike/Beaver Creek (USA), os neo-zelandeses OrionHealth.com, os ingleses Helly Hansen/Prunesco ou mesmo os finlandeses Multisport.fi, estavam à partida e garantiam que a vitória iria ser bem disputada. Para isso a organização tinha preparado a difícil tarefa que levaria as equipas a navegarem através de mais de 900 km utilizando vários meios de progressão (trekking, BTT, canoagem, patinagem) fazendo pelo caminho obstáculos de escalada, pontes de cordas, natação, surf entre outras em regime non-stop (a organização aconselhava a que as equipas da frente da classificação dormissem pelo menos 5 horas J durante a corrida). A navegação através de mapas à escala 1:25000, 1:20000 e 1:50000. A prova dividiu-se por 5 etapas e 20 secções, deixando apenas hipótese para as equipas de terem contacto com a sua assistência nas transições entre etapas.

Durante os longos e duros 6 dias de prova, que tiveram o seu inicio no Estoril, e que mais tarde transferida para recomeçar no Castelo da Lousã, as equipas tiveram oportunidade de percorrer a região centro, através das Aldeias do Xisto, Serra da Lousã, Serra do Açor, Serra de S. Mamede, Serra da Estrela, rio Alva, rio Ceira, rio Zêzere, Tejo Internacional, Alto Alentejo e por fim a região Oeste, onde veio a terminar em Peniche.

O formato permitia que as equipas mais atrasadas, pudessem fazer cortes na prova, seguindo para as secções seguintes através de ligações em BTT que permitia que as equipas seguissem mais compactas e a caravana não se dispersasse pelo território. A dureza da prova foi deixando algumas equipas pelo caminho entre as quais algumas portuguesas (6 equipas nacionais á partida) e em que a melhor classificada foi a equipa Extreme Challenger/IGEOE que se classificou em 24º.

O final da prova deu-se no Baleal, em Peniche, com um último ponto numa falésia e em seguida passar no pórtico de final de prova e desfrutar das paisagens deste local para descansar do esforço e apanhar um pouco de sol que também apareceu nesta manhã de sábado e fez companhia aos atletas, organização e assistência. A prova que foi classificada pelos participantes como muito boa, e todos foram unânimes em classificar o nosso país como um terreno ideal para a prática desta modalidade. A equipa vencedora acabou por ser a Helly Hansen – Prunesco, que na parte final da prova surpreendeu o Team Nike/Beaver Creek que teve durante toda a prova na liderança, ficando patente que o desenho da prova priveligiava a estratégia.

SportLife também alinhou à partida

A SportLife contou com uma equipa para a partida do Campeonato Mundial de Corridas de Aventura, no passado dia 8 de Novembro, no Estoril e efectuou o prólogo desta difícil prova. Para isso juntou dois colaboradores habituais da revista (Miguel Guerreiro e Filipe Gomes) e uma leitora (Márcia Salvador) que assim formaram a equipa que se juntava à elite de atletas que se encontravam a competir nesta prova.

Numa manhã de Domingo chuvosa e nada agradável para quem passeava no exterior, lá partiram os 240 atletas dos jardins do Casino do Estoril para efectuarem este prólogo que se iniciava com uma secção de estratégia que teria Surf, kayaksurf, escalada, rappel, tiro com arco, e besta, mergulho em apneia, entre outras actividades em redor do Estoril e Cascais. Mais tarde, iniciava-se uma secção de patinagem que começaria na praia dos pescadores em Cascais e só terminava na Malveira da Serra, percorrendo toda a ciclo via e mais um pouco... Era aí que se trocava outra vez de meio de progressão, e iniciava-se uma secção de trekking que nos levaria a vislumbrar todas as encostas e falésias do Guincho. O dia só terminava, e já sem chuva, com uma secção de BTT que descia da Peninha de novo a Cascais, pela Ribeira das Vinhas, sempre em grande velocidade…….

fgomes

Raid Millet

A ideia de participar nesta prova surge do cenário em que esta decorre, Chamonix – Mont-Blanc, no coração dos Alpes. Para atletas que correm no nacional de corridas de aventura, e simultaneamente praticantes de montanhismo e alpinismo, puder participar num raid naquele cenário e com aquela envolvência, seria um sonho…

Como queríamos que deixasse de ser um sonho e se tornasse antes uma realidade, metemos mão à obra a fim de estarmos à partida no RAID MILLET Chamonix Mont-Blanc ULTRA.

Depois de vários contactos com a organização para entendermos claramente de que forma se realizava esta prova bem como os preparativos que necessitávamos, e de termos assegurado a nossa inscrição através de um patrocinador francês a BV SPORT, que viabilizou todo o projecto e a quem agradecemos, começámos os preparativos para a viagem (aquisição dos bilhetes de avião, marcação de estadia e aluguer de BTT, para não nos preocuparmos com a logística destas), para além disso intensificámos os treinos já que a decisão da nossa participação só se deu bastante tarde.

Chegados à data, lá arrancaram os três atletas (Carlos, Rui e Filipe) em direcção a Genéve, para daí efectuarmos o transfer para Chamonix.

Para a prova eram anunciados quatro dias de prova com perto de 130 km (?), e cerca de 8500 de desnível acumulado. Para além disso era anunciado a subida ao Brévent, a passagem pelo Lac Blanc, e uma etapa a começar na Suíça. As distâncias divulgadas deixavam-nos intrigados, pois em Portugal numa prova de dois dias da Taça de Portugal de Corridas de Aventura (FPO), facilmente se chegam aos 200 km, mas que mais tarde viemos a descobrir que estas distâncias eram bem suficientes e que nos trariam bastante trabalho para as vencer.

1º dia:

ETAPE 1

SECTEUR AIGUILLES ROUGES :

Kilométrage : 32.200 km

Dénivelé (+) : 1860 m

Dénivelé (-) : 1860 m

Tínhamos para o primeiro dia, o que a organização chamava de prólogo, declarados 32 kms e perto de 1900 mts de desnível positivo. Para isso havia secções de trail-running, orientação em BTT e ateliers de cordas. Viemos a descobrir que o prólogo era tão só a etapa mais dura de toda a prova, e que as distâncias máximas declaradas eram muito enganadoras, já que com a altimetria normal desta zona do globo, nada é fácil de vencer já que estamos num mundo de verticalidade. O ex-líbris do primeiro dia era um CP que se encontrava no alto da Aguilles Rouges junto ao Brévent (teleférico de serviço deste lado do vale de Chamonix), que se encontrava a 2585 mts de altitude e de onde facilmente se via o ponto de partida, quase 1600 mts mais abaixo.

O acesso aos CP’s que se encontravam nesta zona tinha um limite horário de entrada, que conseguimos cumprir por apenas 15 minutos de tolerância, e encontrava-se aos 2000 mts, zona a partir da qual se encontrava a isotermia 0 graus, o que significava que a partir daquele local estávamos a correr em terreno nevado. Foi impressionante ver aquela quantidade de atletas a correr em equipas pelos trilhos gelados como se estivessem a correr numa qualquer pista de corta-mato, a cadências muito elevadas e aquela altitude. Esta foi a principal dificuldade sentida por nós. A descida de volta a Chamonix para terminar a etapa, foi quase tão dura como a subida, e aqui a diferença para as equipas locais ainda se notava mais. Pelo caminho foi efectuado um atelier de cordas com via ferrata, rappel e escalada nos Gaillands. A nossa equipa terminou bastante cansada, devido às condições encontradas, que não são as mais habituais para a nossa realidade, e também devido à viagem que tínhamos efectuado no dia anterior. O resultado deste dia ditou o resto das classificações nos dias posteriores, 35º em 42 equipas, um resultado singelo, mas ficamos com sensação de dever cumprido, atendendo às circunstâncias.

2º dia:

ETAPE 2

Secteur LES HOUCHES – ST GERVAIS :

Kilométrage : 46.000

Dénivelé (+) : 1440 m

Dénivelé (-) : 2430 m

A prova começava novamente em Chamonix, com secções de Run and Bike, Trail (com um mapa de orientação da Federação Francesa de Orientação muito bom, e que nos correu muito bem), Btt com trilhos belíssimos e boas descidas, e corrida. A Etapa terminava em St. Gervais, uma zona bastante conhecida para a prática de desportos de neve com muitas pistas e meios mecânicos, e que nesta altura primaveril, evidenciava o prado alpino no seu esplendor e com a meteorologia a ajudar bastante, com um sol a raiar sobre o verde das encostas. Foi um dia que nos correu bastante bem, já que boa parte da prova foi em orientação, modalidade que dominamos bem, e em que uma boa estratégia pode dar vantagem. Subimos para 30º.

3º dia:

ETAPE 3

Secteur FINHAUT (suisse) - CHAMONIX:

Kilométrage : 34.000

Dénivelé (+) : 1300 m

Dénivelé (-) : 2100 m

Para o terceiro dia de prova, estava reservado um dos trunfos da edição deste ano, o inicio de etapa em Finhaut na Suíça. Depois de um transfere de comboio até aquela vila, deu-se inicio a mais 34 km de prova, 1300 mts de subida e desta feita mais 2100 de descida, que beneficiou a modalidade de BTT. Começou por Trail-running onde subimos de novo aos 2500 mts de altitude, para depois descermos até Chamonix. Foi escolhida para além desta modalidade de Run and Bike, Btt, cordas e orientação pedestre. Foi bonito descer todo o antigo vale glaciar, a acompanhar o L’Árvre e passando por Montroc e Argentiére nas várias modalidades. Um final ao sprint. Este foi o dia em que algo insólito aconteceu a meio deste dia. Num atalho que decidimos fazer entre duas estradas, entramos num caminho particular de acesso a uma vivenda, fomos interpelados por uma senhora que nos perguntou para onde íamos, e de seguida deu-nos indicações para chegar mais rapidamente ao caminho. Finalmente perguntou-nos qual era a língua que falávamos, tal foi o nosso francês, respondemos-lhe que falávamos português, e logo nos respondeu que também… ainda ficámos um pouco à conversa e descobrimos que a senhora era da Régua, depois de lhe agradecermos, seguimos o nosso caminho.

4º e último dia:

ETAPE 4

Secteur CHAMONIX – ARGENTIERES :

Kilométrage : 35.000

Dénivelé (+) : 1900 m

Dénivelé (-) : 1900 m

A derradeira etapa. Passagem novamente pelos 2400 mts de altitude pelo Lac Blanc, e uma vista fenomenal sobre o Glaciar do Mer de Gláce. Inicio da etapa em massa de madrugada, ainda de noite, em trail-running com uma subida a uma velocidade infernal, onde deixamos muito cedo de ver as equipas da frente. Esta etapa terminava em Argentiére, onde se efectuava uma etapa circular em BTT. Dava então início a uma secção de orientação pedestre com um mapa pouco amistoso e com cp’s em quantidade, com hora limite de fecho e penalizações em tempo para que não efectuasse todos os CP’s. De seguida mais BTT com uma paragem para efectuarmos um atelier de cordas com rappel, via ferrata e uma ponte tirolesa a atravessar uma linha de água. Na última etapa uma corrida infernal para terminar no palácio dos desportos de Chamonix, para a festa final e entrega de prémios, onde as equipas francesas dominaram, com a equipa vencedora – ERTIPS (15:51:21), mas onde o primeiro lugar para os femininos foi para uma equipa belga – Les Ouftiettes Celestes (15º da geral a 21:27:15) que nunca deu hipótese à concorrência.

A participação Lusa foi modesta, pois terminámos em 36º lugar com 29:52:02, no entanto ficamos orgulhosos da nossa participação já que efectuamos todas as etapas, falhamos poucos CP’s que resultaram em penalização em tempo que é somada à classificação final, mas estávamos à chegada ainda cheios de força e vontade em continuar apesar de cansados, muito cansados! Contagiamos os participantes e organização com a nossa boa disposição, já que éramos os únicos que não falávamos francês, o que provocava uma grande risota e atrapalhação na comunicação entre as partes.

Para esta equipa resta arranjar forma de cá voltarmos para o ano que vem, e eventualmente procurar outros horizontes, quem sabe ainda mais longe.

fgomes


TACB - 2008

Nos dias 15 e 16 de Março o Clube Brisa têm a organização da próxima prova a contar para a Taça de Portugal de Corridas de Aventura (TPCA) da Federação Portuguesa de Orientação, a realizar-se no Sudoeste Alentejano, mais precisamente em Odemira designada por - Troféu Aventura Clube Brisa 2008 (TACB).

Esta Prova terá a duração de 23h em 9 etapas em que através de vários meios de progressão, tais como Pedestre, Natação, Btt e Canoagem, para além de efectuarem a Transposição de vários Obstáculos que a organização têm à espera e com isso levará os participantes a percorrer estas belas terras alentejanas.

O Clube Brisa tem preparada uma prova que terá novidades que farão com que as equipas presentes se deleitem com as maravilhas locais, bem com o traçado e layout da prova.

Chamo também a atenção para o facto de termos a correr em paralelo uma competição de menor dimensão, o Troféu Aventura Clube Brisa Corporate, que serve para agradar aqueles atletas que não conseguem ou não querem fazer as distancias nem o esforço das actuais Corridas de Aventura! Este modelo também beneficia as equipas, pois além de ser mais económico, têm uma obrigação menor quanto ao número de atletas a participar, são apenas 2! O número de etapas a percorrer são 4, e terá como meios de progressão Btt, Pedestre e Canoagem. Os participantes nesta competição estarão englobados na prova principal, e dessa forma assistem ao desenrolar da TPCA.

O TACB Corporate, poderá interessar mais aos atletas e curiosos que se estejam a iniciar ou mesmo com vontade em participar numa prova deste género. Este conceito é interessante para aquelas pessoas que têm vontade em participar em algo diferente do dia-a-dia laboral e procuram ocupar um fim de semana diferente em convívio com a Natureza.

Podes dar uma espreitadela no site e assim ficas a saber mais sobre estas provas - www.torneiosbrisa.com/aventura/home.asp

Para que não faltem à nossa prova, e que não fiques com dúvidas podem sempre telefonar. O número é: 917 942 853, ou enviar mail para:geral@clubebrisa.pt, não hesitem!

Obrigado e até breve, bons treinos

Filipe Gomes

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Carlos Sá - entrevista

Para começar, gostaríamos que explicasses aos nossos leitores e pelas tuas palavras em que consiste as Corridas de Montanha – Trail Running?

O trail running (ou corridas de montanha) são uma variante do atletismo que difere marcadamente no piso onde é praticado, bastante longe da pista convencional, e também da estrada. Geralmente desenrola-se em trilhos usados para caminhadas, single tracks nem sempre bem definidos, embora os corta-fogos não sejam incomuns. A principal característica desta modalidade é percorrer trilhos geralmente inacessíveis por estrada, e veículos motorizados, e muitas das vezes mesmo às bicicletas BTT. È comum existirem declives acentuados, e as paisagens percorridas são o mais diversificado que se possa imaginar, desde densas florestas a desertos, passagens estreitas, algumas vezes a exigir trepadas fruto dos acentuados declives.

Conta-nos como foi vencer a ultra-maratona dos Pirenéus, em França. Tinhas esse objectivo em mente?

Preparei muito bem esta competição e tencionava ter um bom resultado mas ganhar não me passava pela cabeça, era a minha primeira ultra de 160kms e não sabia como o meu corpo reagiria a tão grande esforço, embora acreditasse numa boa classificação.

O resultado foi excelente, mas como passaste as mais de 26 horas de prova? (gestão do esforço, dores, dormir, alimentação, logística…)

O resultado final foi excelente mas muito sofrido, metade dos participantes foram obrigados a desistir por várias razões acredito que a maioria destes desistentes não estavam tão mal como eu só não têm a mesma capacidade de sofrimento.

A minha vitória deve-se à boa gestão de esforço ganhava muito terreno nas subidas e geria bem as descidas que causam muitas mossas a nível muscular.

Esteve três noites sem dormir a prova partia às quatro da manhã e não consegui dormir nem por um segundo, depois corri o dia todo e a noite toda seguinte chegando à meta às sete da manhã, estas ultimas horas foram de enorme sacrifício estava um nevoeiro de tal forma serrado que não conseguia ver um metro à minha frente, era um esforço terrível manter os olhos abertos, na noite seguinte também não consegui dormir com o entusiasmo da vitória.

No que diz respeito à alimentação a organização tem ao dispor dos atletas abastecimentos de +/- 15 em 15kms, ai podemos comer desde sopa quente, massa esparguete, fruta variada, bolos, frutos secos, bebidas diversas, etc, podemos também abastecer as mochilas com esses alimentos porque por vezes fazer 15kms a subir montanha pode representar mais de duas horas.

Geri muito bem esta parte também, parei em todos abastecimentos em contra relógio claro mas tentei comer sempre, levei alguns alimentos comigo que já estou habituado nestes esforços extremos, prefiro carregar mais peso porque nunca sabemos se nos vamos dar bem com o tipo de barras energéticas e géis que as organizações nos vão disponibilizar.

Hoje estamos perante um super-ultra atleta mas nem sempre foi assim. Houve uma altura da tua vida que não praticaste desporto... Como foi a passagem da vida sedentária para uma vida desportivamente activa?

O mais difícil por vezes é tomares a decisão falta-nos um clic, o meu clic foi o João Garcia e ser outro exemplo para o meu filho, quero agora eu próprio ajudar outras pessoas a mudar de vida e tornar-se também elas vencedoras, todos nós temos um espírito aventureiro e objectivos só que andamos sempre a arranjar desculpas para dar razão à preguiça, custa muito nos primeiros meses mas depois os resultados de bem estar são de tal forma evidentes que o difícil e parar.

Como começou a paixão pela montanha e pela corrida?

Eu sou um homem da montanha, alpinista, Corredor, Escalador, etc….

Recordo que já em miúdo nem ouvia falar em corridas em Montanha mas os meus treinos eram praticamente todos no meio Montanhoso, acho que já nasci com o gosto pela natureza.

Em 2005 fiz uma Expedição de Montanha no Perú, no final desta começamos a planear para 2007 uma expedição à 6ª Montanha mais alta do Mundo (o Cho Oyu com 8201 metros), tinha que treinar mais e meti-me nas corridas em Montanha, comecei logo a ter bons resultados e nunca mais parei.

E daí a testares os teus limites em provas deste grau de dureza? Como foi essa evolução, o que te levou a enveredares por esta modalidade (trail) e por estas distâncias?

Em 2008 fiz a minha primeira Ultra a convite de um amigo, nunca tinha corrido a mítica distância da maratona mas aceitei logo o desafio, treinei 2 meses para a estreia e fiquei em segundo, fiquei de tal forma entusiasmado que queria-me testar em distâncias mais longas e mais duras.

Quando sentiste necessidade de treinar com acompanhamento (treinador)?

Conheci o Paulo Pires na Montanha, ele é fanático pelo montanhismo e fotografia, em várias actividades de alpinismo que realizamos juntos ele ficou fascinado com a minha actividade e como é formado em desporto de alto rendimento dispor-se a ajudar.

Senti a necessidade de sistematizar e rentabilizar o treino e tempo, com o objectivo de poder obter melhores resultados e conseguir gerir as 24h do dia entre treino, família, filhos, trabalho, associativismo (Amigos da Montanha) e recuperação. O trabalho com o meu treinador é baseado numa relação de amizade. Desenvolve comigo a gestão da carga/volumes, acompanhamento nutricional, concepção de estratégia competitiva, definição do planeamento anual e plurianual das provas e preparação psicológica.

Que trabalho desenvolves com o teu treinador? Qual a rotina de treino?

A metodologia de treino é baseada num treino diário de resistência de base e desenvolvimento do limiar anaeróbio. Comparativamente com os meus concorrentes (especialmente os espanhóis) os volumes de carga são significativamente menores, privilegiando-se o treino de qualidade nos regimes aeróbios e as minhas características, fisiológicas psicológicas e cognitivas.

Com um trabalho árduo e dois filhos, como geres o tempo para treinar?

De facto o trabalho é muito duro e ocupa-me 11 horas por dia entre viagem e horas de trabalho, chego a fazer mais de 100 kms por dia para o posto de trabalho.

Tenho tudo programado, saio às 7 da manhã para o trabalho na hora do almoço actualizo a página do facebook e caixa de emails, por volta das 18.30 vou treinar e a partir das 21h dedico-me à família.

Por vezes tenho afazeres no final do trabalho e só treino depois de estar com a família, pego no frontal e vou para o monte fazer o treino.

A família apoia-te?

Incondicionalmente, eles vibram com as minhas aventuras, a minha filha (Jéssica 5 anos) passa a vida a dizer a toda a gente: o meu pai é um campeão. Já o Bruno 11anos é muito reservado tal como eu.

Tento compensar o tempo que lhes roubo em fins-de-semana a acampar, bicicleta, escalar, caminhar, etc.

Sou um privilegiado, consegui arrastar toda a família para natureza e as actividades ao ar livre, difícil é arranjar tempo para tudo que queremos fazer, durante uma actividade já estamos a planear a seguinte, quando falo em família não me limito aos filhos e esposa é toda a família mesmo irmãos, cunhados, sobrinhos, pais, sogra, etc ….

Quais as dificuldades por ti sentidas para estares ao nível em que te encontras?

Friso q não tive apoio institucional durante este percurso, começam agora a surgir alguns. Os resultados alcançados devem-se ao meu trabalho, ao apoio da minha família e de alguns amigos. A vitória na GRP 2010 trouxe-me alguma visibilidade mediática, nomeadamente com artigos em revistas/jornais (VISÃO, Correio da Manhã, Jornal de Barcelos e Sport Life), na Rádio, no programa Mais Cedo ou Mais Tarde na TSF. E no canal de televisão Sport TV (reverso da Medalha) e SIC entrevistado pela jornalista Conceição Lino. Este mediatismo foi importante para valorizar os resultados alcançados. Contudo ainda não surgiram apoios para me permitir dedicar mais ao treino e assim tentar alcançar ainda melhores resultados para Portugal.

Terás certamente alguns apoios, é fácil para um atleta como tu, e ao teu nível, conseguir apoios para melhorares o teu desempenho desportivo?

Tenho algum apoio do meu clube (Amigos da Montanha), ajuda-nos no que pode, da minha amiga Maria Cunha fisiatra e a clínica Fisivida, faz o acompanhamento médico e de recuperação física. Tenho também o meu Amigo Rui Ribeiro, fã nº 1, que me ajuda na logística e gestão da página do Facebook e Blog.

Mas de resto é tudo à custa do meu trabalho, equipamento, produtos energéticos, viagens ao estrangeiro, etc.

Só para terem ideia gasto em média um par de sapatilhas por mês devido aos 700kms que faço em média mensal, fica muito caro mas sou a prova que mesmo ganhando um ordenado muito baixo e com despesas de casa e dois filhos é possível realizar os nossos sonhos.

Achas que os portugueses em geral, e as entidades de gestão desportiva em particular, reconhecem o trabalho que tens feito e os resultados que já alcançaste?

Os Portugueses em geral sim é incrível a quantidade de mensagens que recebo a cada vitória, vêem em mim uma fonte de inspiração o que me dá enorme orgulho e força para continuar mesmo com todas as adversidades existentes.

Já as entidades de gestão desportiva penso que nem sabem que eu existo.

Mudando um pouco o discurso, para além da preparação física, onde vais buscar a força psicológica para as provas mais duras? O que te move?

Move-me a superação, o desafio pessoal, ser um exemplo de orgulho e de carácter para a minha família, para os meus filhos e para os portugueses.

E demonstrar que nós, Portugueses, quando: pensamos e concebemos um projecto, decidimos fazer, correr riscos, revelamos humildade de aprender com os erros e com as vitórias, somos persistentes e resilientes... somos bons, temos êxito.

As características de um atleta (ultra) de maratonas de montanha são: capacidade de trabalho, inteligência, resiliência, humildade, paixão, dedicação...

Tens alguma fonte de inspiração?

A minha fonte de inspiração é a natureza bela e esmagadora das Montanhas e a minha Família, a Ana e os dois filhos.

Em que pensas durante as provas?

Como devem imaginar em mil e uma coisas mas tento-me abstrair disso, a concentração na prova tem que ser total, estar atento aos sinais que o nosso corpo nos vai dando e decidir se deve-mos andar mais rápido ou poupar energias, lembra-nos de hidratar e alimentar constantemente, concentração no trilho e estar atento ao desempenho dos outros colegas.

Costumo dizer que o sucesso de um ultra atleta é 60% de capacidade de sofrimento e superação 30% de treino e 10% de inteligência, estar atento a todos estes sinais e fazer um bom estudo prévio das provas.

Desistir nunca passa pela cabeça?

Desistir é a última das opções.

Nunca deixei de terminar uma prova e algumas vezes passo por grandes dificuldades como:

Em Outubro de 2009 numa prova de 81 kms nos Pirenéus em representação da Federação Portuguesa de Montanhismo e Escalada, sofro uma queda aos 15 kms e fico muito mal de uma perna, arrasto-me até ao abastecimento dos 20 kms onde tinha cuidados médicos, eles tratam-me a ferida mas ao proteger esta perna sobrecarrego a outra e logo começo com cãibras, mesmo assim consegui fazer mais de 60 kms nestas condições e terminar num honroso 14º lugar da geral, acho que nunca tinha sofrido tanto, mas valeu a pena, no inicio deram-me uma pulseira que tinha a seguinte mensagem (Where is the Limit) nem de propósito.

Já este ano fiz em menos de 2 meses 4 ultras maratonas, superação a traz de superação, na última Ultra Trail da Freita 70kms com muito desnível e um calor insuportável sofri imenso devido ao desgaste acumulado de provas e trabalho.

Nos 160kms do Grand Raid dos Pyrênêes consegui correr durante mais de 80kms com os pés completamente em ferida devido a umas palmilhas anti-choque que optei levar, os médicos ficaram horrorizados quando me viram e não queriam acreditar que alguém conseguisse correr numa Montanha tão exigente naquele estado.

No final do objectivo cumprido, como é a fase de recuperação?

Não á fase de recuperação, por exemplo no Alpino Madrileno perdi o comboio para casa e fiquei na estação a descansar deitado num banco fui directo para o trabalho ficando uma semana fora de casa.

Nos 160kms do GRP recebi os prémios e tive que conduzir até Portugal em muito mau estado e no dia seguinte estava pendurado numa corda a trabalhar, para andar só conseguia apoiar os calcanhares tal eram as feridas, chegava à noite e tinha os pés como cepos levei 10 dias até conseguir correr de novo. Para ir aos Pirenéus tive que faltar uma semana ao trabalho e pagar todas as despesas, portanto o ordenado deste mês ainda ficou mais curto.

O próximo grande desafio será no deserto. Quais as tuas expectativas em relação à Maratona des Sables? Vais fazer alguma preparação mais específica para esta prova?

Como atleta de montanha que sou tenho desafios mais imediatos, vencer o Circuito Alpino Espanhol no qual me encontro a liderar.

Terei também a 11 de Dezembro um grande desafio pessoal, correr 200kms sem parar no caminho Português de Santiago, já corri o equivalente a quatro maratonas seguidas nos Pirenéus agora é só mais umaJ.

Será mais que um desafio é uma oportunidade de correr com os amigos nem que seja por alguns kms, haverá também uma componente de solidariedade ajudar as crianças mais desfavorecidas em época Natalícia.

Para 2011 terei dois grandes desafios a Marathon des Sables 250kms e o ultra Trail do Mont Blanc 168kms.

Para Sables a minha grande preocupação vai se prender com a alimentação e logística, esta prova é feita em seis etapas durante sete dias com temperaturas extremas positivas durante o dia e negativas durante a noite, temos que transportar tudo às costas desde o primeiro dia até ao final, a organização só nos fornece água nem tenda temos um simples tolde serve para nos protegermos do sol durante o dia e relento durante a noite, todo o resto temos que planear e transportar como: saco cama, alimentação, kit sobrevivência e higiene, roupas, etc.

È muito fácil atingir 15 kilos de peso na mochila, por cada kilo vezes mil passos tenho que despender em energia o equivalente de arrastar uma tonelada no espaço de um metro, é brutal um verdadeiro teste á capacidade mental no qual sou muito forte.

Para o próximo ano, irás defender a conquista feita nos Pirenéus? E na Maratona Alpina Madrileño, irás tentar melhorar a tua marca? Conta-nos como será a tua próxima época.

Espero um 2011 tão bom ou melhor como este ano, Para além da Marathon des Sables vou apostar no Ultra trail do Mont Blanc, uma prova semelhante à que venci nos Pirenéus que se realiza nos Alpes percorrendo 168 kms por três Países (França, Suíça e Itália), vou também voltar a apostar no Circuito Alpino Espanhol de Maratonas em Montanha entre outras provas de 100 kms como preparação para os grandes desafios MDS e UTMB.

Estou a planear uma grande travessia de 540kms em Portugal, correr o equivalente em média a duas maratonas por dia.

Como alpinista vou continuar a fazer expedições aos Pirenéus e Alpes, para alimentar a paixão e treinar as técnicas alpinas.

Como dirigente associativo e responsável pelo secção de corridas de montanha dos Amigos da Montanha organizei a I ultra Trail AM 55km em Barcelos, no dia 2 de Outubro e espero voltar com a segunda edição.

Prevejo um 2011 com muito trabalho.

Qual a tua prova favorita nacional e estrangeira?

Em Portugal é sem dúvida o Ultra Trail da Freita, adoro correr, escalar e caminhar naquela Serra tem condições únicas para estas actividades.

Organizei também em Barcelos este ano a 1ª edição da Ultra Trail AM que foi uma agradável surpresa, mostrando assim os trilhos por onde o Carlos Sá treina diariamente, acredito que será uma das melhores provas Nacionais.

No Estrangeiro adorei correr Cavalls del Vent e Grand raid dês Pyrênêes, mas o Ultra Trail do Mont Blanc é sem dúvida a prova mais carismática do Mundo onde estarei no próximo ano.

Que provas aconselhas aos atletas de trail running, bem como a corredores de estrada que se queiram iniciar nesta modalidade?

Neste momento é difícil encontrar um fim-de-semana que não aja uma prova de trail running em Portugal, todos os anos surgem novas provas e as que existem com organizações cada vez melhores.

Recentemente fui convidado para colaborar num Encontro Nacional de Organizações de Trail, todos juntos podemos trabalhar de forma a que este desporto continue a crescer desta forma e ser um exemplo organizativo para outras modalidades.

Aconselho o Circuito Salomon, trail AM, trail nocturno da Lagoa de Óbidos, AXtrail, trail de Sicó, etc…. Assim como muitas provas em Espanha muito perto da fronteira, basta fazer uma pesquisa no Google e não falta informação.

Para terminar, que argumentos usarias para convencer os nossos leitores a aderirem às corridas de montanha?

Se gosta de natureza e de montanhas, se faz desportos de resistência, se a superação é um estilo de vida, se define objectivos e trabalha para os conquistar, o Trail e o teu espaço de eleição

Nas maratonas ou ultra-maratonas a grande vitória è concluir; terminar com a consciência que demos o nosso melhor e superamos o desafio; essa é a grande satisfação que temos na conclusão destas provas extremas.

Se eu consigo vencer, superando-me, demonstrando resiliência e capacidade de trabalho;

Tu também consegues vencer os teus pequenos/grandes desafios

Perfil

Nome: Carlos Sá

Data de nascimento: 24/12/1973

Naturalidade: Portuguesa

Clube: Amigos da Montanha

Profissão: Alpinista Urbano

Hobbies: Montanhismo e suas variantes como: Corrida, Escalada, Alpinismo, Travessias, BTT.

Objectivo, Top 10 MDS, Top 5 UTMB e escalar o Everest sem recurso a oxigénio artificial.

Outside - Dezembro

Para a Infografia:

http://maps.google.com/maps/ms?ie=UTF8&hl=pt-PT&msa=0&msid=102689526512930001638.0004951f059cf26df2189&ll=41.174818,-7.764308&spn=0.0047,0.010568&t=h&z=17

BTT no Douro Vinhateiro, Região Património Mundial da UNESCO.

Desta feita diversificamos o destino e subimos até ao Douro para um passeio de BTT. A rota apresentada poderá à partida levar a pensar que estamos perante um passeio em que o relevo será o primeiro impedimento para o realizar… pois esta não servirá como desculpa já que a altimetria deste passeio é bastante reduzida (não ultrapassa os 350 metros) num total de 25 kms.

Tal como já haviamos referido que o percurso efectuado é bastante suave, já que estamos a percorrer a Antiga Linha do Corgo inaugurada em 1906 onde uma antiga locomotiva a vapor transportava pessoas e carga entre aquelas duas localidades. Por esse mesmo motivo este caminho serpenteia pelos vales quase sempre junto ao Rio Corgo, e por isso a subida é sempre suave e sem nunca aparecer uma rampa inacessivel para os mais desabituados.

Quando em Março de 2009 a REFER decide encerrar esta linha por razões de segurança, e deu inicio às supostas obras de remodelação da linha, deixou aberto um caminho maravilhoso para fazer-se a ligação entre a Régua e Vila Real (a pé ou de BTT). Está prometido que um dia esta linha reabrirá ao trafego ferroviário, mas enquanto isso não acontece, agradecemos o facto dos únicos trabalhos por ali efectuados com esse fim tenham sido a remoção dos carris e das travessas, que desta forma criaram um caminho quase perfeito para se puder contemplar estas paisagens maravilhosas enquanto fazemos um treino ao Ar-Livre com amigos.

Para o inicio do percurso aconselhamos a estação do Corgo, junto ao Peso da Régua, este acesso poderá ser feito pela EM 108 pela Barragem da Régua.

Cerca de 2,5 kms do inicio do percurso chegando a uma antiga estação (Tanha), a linha passa numa ponte bastante antiga e alta que poderá causar algum receio a algumas pessoas, daí sugerirmos que esses devem abandonar a linha e ciclar pela estrada contígua e retomar o percurso 500 mts mais à frente.

Para além deste reparo, devemos deixar outro que se prende com as antigas drenagens da linha, que são escoamentos de àgua na perpendicular à linha com cerca de 30 cms e que poderão causar algumas surpresas, principalmente nas descidas em que os ciclistas estejam mais descontraídos e menos atentos. Assim, aconselhamos que mantenham a atenção a estes escoamentos para os evitarem saltando por cima ou nalguns casos passando pela berma, local que entretanto já foi sendo usado por quem já por cá passou antes de nós.

Em termos de marcações e sinaléticas, não será preciso preocupar-se muito já que basta seguir o que resta da antiga linha e aproveitar a vista. Para além dos vales magnificos e das vinhas que se eencontram sobranceiras à linha há ainda hipótese de visitar aldeias quase esquecidas que foram deixadas junto a esta linha de comboio mas abandonadas pela estrada nacional. Nestas aldeias poderá ainda tentar abastecer-se junto de alguns cafés ou mesmo com os locais. Outra preciosidade deste passeio são as antigas estações do comboio que se encontram na sua maioria bastante bem conservadas e com aspecto de estarem funcionais, mas será só um engano, já que se encontram todas fechadas a aguardar por novos dias!

Na conclusão do percurso, praticamente já no centro de Vila Real, terminamos com uma visita à antiga estação dos Comboios e uma antiga locomotiva de carvão a vapor, que se encontra aí em exposição e que vale bem a pena ver.

De regresso ao Peso da Régua, será bom que se arranje tempo para provar um vinho do Porto e um rebuçadinho da Régua, que é um dos doces mais apreciados por estas bandas.

Percurso: 1 dia (Fácil) – 25 km (Linha do Corgo – Régua/Vila Real)

Ínicio do Percurso: 41° 9'20.72"N / 7°46'15.45"W – Estação do Corgo

Final do Percurso: 41°17'39.43"N / 7°44'17.51"W – Estação de Vila Real

Locais de interesse:

Encostas cultivadas

Estações dos comboios

Ponte do Tanha

Povoações locais

Locomotiva a Vapor em V. Real

Passeios de Barco no Douro

Onde se dirigir para providenciar informação:

Delegações de Turismo das Camaras da Região

http://www.cm-pesoregua.pt/index.asp?idedicao=51&idSeccao=639&Action=seccao

Lista de material para a actividade:

Calçado desportivo e confortável para BTT

Roupa técnica (de preferência em fibra)

Kit reparação de BTT

Mochila pequena 10/15 lt

Água e snack

Máquina fotográfica

Kit primeiros socorros

Onde ficar:

Hotel Régua Douro – 254 320 700

Rota do Vinho do Porto – www.rvp.pt

http://www.cm-pesoregua.pt/index.asp?idedicao=51&idSeccao=670&Action=seccao

Fotos

Créditos para Rui Rocha